quinta-feira, 17 de junho de 2010

Nós e a "normose"... By Adriana Favilla


O ser humano sofre da doença de ser normal, a tal da normose? De muuuito tempo pra cá , todo mundo queria se encaixar num padrão, num estilo adorado e adorável. Aí quando tava tudo certinho, vem exatamente a revolta de Quindim: rumbora trocar tudo de lugar, porque este normal aí já está retrô demais!

As pessoas, loucas ou sãs, criam seus normais e de repente, eles já não servem mais! Rumbora gostar de mulher você que é mulher, gostar de rapazes, você que é homem. Rumbora explodir todas as maternidades...ter filhos está mais pra "over" agora.

Para não me alongar, porque eu sou contra esse fatídico complexo de "como seremos normais agora, hoje, em 2010?" (até porque se eu quiser tenho filho sim, se quiser caso com um filho de africano com japanosa, se eu quiser pinto minha bunda de vermelho e danço o rebolation no Farol da Barra aqui em SSA, se eu quiser viro prostituta , se eu quiser pinto meu cabelo de branco dourado e se , finalmente eu quiser, terei 4 filhos e 4 cachorros...um pra cada filho) : o que acho que a mim, Adriana, incomoda nessa onda do "ei, eu sei o que é ser normal" é a arrogância dos tais donos da verdade e/ou da ditura da normalidade.

"Existem pessoas que tornam a tolerância tão difícil, que esta deveria ser considerada praticamente em superpoder." Fernanda Young...


Consegui me explicar?

That's all folks!

Drix

Felicidade dentro da caixa


Preciso fazer um protesto:

Gente! Pode existir felicidade também dentro da caixa!

Chamo de caixa aquelas opções todas "quadradas", ou seja, tidas como "normais" pela nossa sociedade: ser casado, ser hetero, ter filhos, etc...

Meu protesto é porque tenho sentido que agora existe uma pressão para sermos “diferentes”. Ser casado agora é sinônimo de ser infeliz, ser hetero é sinônimo de ser ultrapassado, e assim vai...

Aqui mesmo no nosso blog falou-se em viver dentro do “script”, ou seja, viver de uma maneira que se encaixa perfeitamente no que a sociedade diz ser o “normal”. Até aí tudo bem... mas as vezes o tal script vem acompanhado de palavras que o denigrem, como se fosse um preconceito ao contrário. Tá dando para me entender? O quero dizer é que a vida dentro do script também é uma vida e pode sim ser muito boa, desde que seja esta a opção da pessoa, sacou? Desde que seja consciente...

Sou totalmente, completamente, absolutamente, contra modelos, padrões, fórmulas e receitas de vida e exatamente por isso creio que todas as formas são válidas e corretas, desde que sejam sinceras, verdadeiras, ou seja, desde que seja o que você realmente quer!

Sei que aparentemente é muito mais fácil viver uma vida dentro script uma vez que esta vida é aceita como normal e você não vai precisar “brigar”, para ser quem você é, para ser aceito. Mas não se enganem. Se alguém vive uma vida dita normal, não por escolha (o que implica conhecer outras opções), mas simplesmente porque fizeram o que todo mundo faz - que é o que acontece na maioria das vezes (mas não sempre!) - a vida pode ser bem mais difícil do que qualquer opção tida como louca, estranha ou até aberração.

O que quero dizer é que todas as formas são igualmente válidas e diferentemente difíceis. Cada uma, com seu peso e suas derivações, implica em diversas formas diferentes de interagir com o mundo, mas, repito, todas válidas.

No final meu protesto é para que tenhamos cuidado para que no afã de nos posicionar a favor das diferenças não cometamos o erro de colocar o tal “normal” como “aberração”. Senão, o que estaremos fazendo é apenas inverter os papéis, certo?