terça-feira, 3 de agosto de 2010

Boicote pessoal - Por Carla Palmeira

Foto: Google Imagens


Como se não bastasse o dia a dia competitivo, a inveja rondando e as pessoas boicotando seus desejos, os seus feitos, descobri que faço isso inconsciente, é como se eu vetasse o sentimento de estar feliz quando ainda é um broto, é um aborto provocado pelo meu subconsciente na formação de um corpo estranho desejável, a felicidade. Entendeu?!


Sabe a história do elefante e aquele toco de madeira que o acorrenta? Pois é! Os domadores criam os "elefantinhos", amarram o seu pé em um toco de madeira e ele cresce tentando se desvencilhar, não conseguindo, por ser pequeno, ele desiste. Quando adulto nem tenta porque tem a certeza que aquele pedaço de madeira é mais forte que ele.


É confortável pensarmos em sempre estar resolvendo problemas que nos rondam, é confortável estarmos sentado no chão após uma queda e olharmos daqui de baixo e quando o prenuncio de um momento de paz, de sorrisos continuados, de suspiros que arrepiam resolvem apontar no final do tunel, o medo de tudo dar errado tampa nossa visão, o desespero aparece em alta velocidade atropelando e você começa a planejar pensando na queda e na dor de chegar ao chão pela milésima vez...isso se chama boicote.


Fazemos isso o tempo inteiro. Damos crédito aos invejosos que conseguem nos convecer que não somos capazes, mas para um invejoso tenho milhões de amigos e são eles que me fazem lembrar que é possível ver o Sol nascer e se pôr com um colorido especial, que é possível sentir a brisa do mar com cheiro maravilhoso de maresia e ter a certeza de estar vivo, que é possível arrepiar-se em apenas escutar uma voz ou uma canção e que é possível qualquer pessoa merecer momentos de paz acompanhado de muitos momentos de coração acalentado, risadas soltas, pupilas dilatadas e a certeza de estar feliz no agora e no presente.


Conselho de uma vítima do próprio boicote:
TENHA AMIGOS ou um terapeuta muito bom (risos).