segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ser ou não, eis a questão - Por Carla Palmeira



Ser mãe para uma mãe que sempre desejou estar nesse patamar é algo sublime de escrever.

Quando eu estava na 5ª série, que há um tempo atrás chamava-se ginásio, eu filava as aulas de história para ir tomar conta da turma de alfabetização, e é óbvio que eu adorava, pensava em ser professora primária para estar sempre rodeada de crianças, ficava fascinada.
Nunca fui de brincar de casinha ou de boneca, mais gostava de estar com crianças pequenas, sonhava em ser mãe cedo, não pensava em casar, na minha cabeça não era necessário casar para poder ter filhos...tadinho do meu pai!
Eu dizia a ele que eu seria mãe solteira (risos)...
Claro que gerar um filho, ter-lo e ter a possibilidade de criar seja tão fácil, mesmo para aqueles que desejam tanto, é uma responsabilidade grande, tem horas que desejamos sumir principalmente quando eles saem gritando pela casa, quando eles derrubam aquele jarro que você tanto gosta, quando eles não te deixam dormir ou quando eles espalham todos os brinquedos por cada canto da casa, porém compensa quando eles te olham e dizem que você é a melhor mãe do mundo, que você é uma criança em um corpo de adulto, compensa também quando eles não dizem nada e te enchem de beijo, quando você chega do trabalho e eles apenas olham para você e abre aquele sorriso banguela
Digo que ser mãe é magnifico e mágico para aquelas que querem ser, não adianta uma mulher querer engravidar apenas para satisfazer a família ou para "segurar" um casamento em decadência, o desejo de ser mãe não será dela, então o que será dessa criança?
Admiro aquelas que assume não ter filho e vivem bem por isso, colocam prioridades na sua vida e não consegue se imaginar mãe ou encaixar uma criança nos seus planos, hoje a sociedade permite esta escolha sem preconceitos, uma mulher nunca deixará de ser mulher por não querer ter filhos.
Então meninas projete para seu futuro e veja se realmente abdicar de algumas coisas será compensador ou não
Pra mim é!

Ser ou não ser...by Adriana Favilla

Engraçado que este papo rolou em minha vida desde sexta. Essa coisa de ser ou não mãe. Não que eu ache que tenha mais essa idéia. Não crio mais ilusões quanto a isto. Com 39 anos, perto de 40, não acho que vá conseguir. Mas é legal deixar claro que “foi” um sonho dourado na minha vida. Daqueles que você pensa, imagina, pinta e desenha. AMO crianças! E minha maior vontade na vida, sempre foi gerá-la. Nada contra adoções(quem sabe um dia eu parta para isto?), mas a vontade de sentir aquela coisa fofa com aquelas mãos todas e aqueles pés todos mais fofos do mundo, sempre foi INDESCRITÍVEL. Só que a maturidade e a realidade, em alguns momentos, tem que falar mais alto...

Falei muito sobre maternidade por causa de “Viver a Vida”. Achei tão emocionante aquela coisa de uma paraplégica acreditar que podia ter filhos e ainda ter gêmeos!!! Me emocionei...sim sou uma noveleira meio descrente da ficção, mas ainda carrego algo do gênero dentro de mim, rs. Sempre foi uma preocupação tão grande para a personagem dar filhos ao homem que amava, se ela poderia gerar sem grilos, etc. E tenho que ressaltar que todo nascimento de novela da Globo é tão bem feito, que me comove sim! Queria eu estar ali (sentido dor nada...prefiro cesariana...não queiram me convencer com a frase “ Ah, mas se você tiver parto normal, sai do hospital no dia seguinte”...e quem disse que tenho pressa de voltar para casa?). Ontem falava sobre isso com meu “par”, rs...filhos. Que é uma responsabilidade enorme, imensa, como Quindim bem falou em seu texto principal aí. Com quase 40, posso falar que já vivi tudo que imagino que teria que viver ou passar. Poderia de bom grado viver a maternidade com total plenitude. Já que sempre quis tanto. Sempre imaginei uma casa, com jardim e três cachorros correndo, jornal dia de domingo...pois é, não comentei que era noveleira demais? Olha os Silvios de Abreu da vida me transportando para dentro do imaginário?

Criança sempre será para mim uma benção. O que não quer dizer que eu culpe quem decidiu que não terá filhos! Jamais! Para quê tê-los e deixá-los de lado (sentimentalmente falando) em algum momento de sua vida? Não tem registro de normalidade isso. Acho que levantar o fato de que muitas mulheres nem passam perto deste sonho, é mega válido. Discordo de uniões que tenham que ser como “antigamente”. Nada é igual a nada. As coisas evoluem, desenvolvem, crescem, transcendem. Se no tempo da minha avó era assim, por que razão eu tenho que seguir isso ou aquilo? Não vejo tradição como uma coisa impositiva...e sim como uma linha que você gosta e por isso segue. Caso contrário, crie a sua tradição contemporânea! Não ser mãe hoje em dia não quer dizer falta de amor, quer dizer uma decisão de amor com o seu ex-futuro filho. Porque em algum momento, a palavra mãe não ia te tocar tanto, então, parabéns pela decisão de poupar desgostos a algumas pessoas envolvidas no processo.

E quem quer ser mãe, planeje, pense, pondere. Sempre que quis ter um carro, as pessoas falavam: “ Dri, é uma família..pense bem”. Imagine ser mãe? Seja com afeto, carinho e entrega. Pense que muitos, como eu, queriam MUITO ter essa dádiva de ter filhos e não podem. Realize seu sonho com responsabilidade. É o que vale nesse momento de decidir...

Drix