quarta-feira, 7 de maio de 2014

Me Perdoo...




Me perdoo com a calma eterna das mães.
Me perdoo pelas meninices.
Pelas sandices.
Pelos senões.

Me perdoo porque assalto a minha paz
Perturbo a doçura
Com leviandade.
Me perdoo a ira dos animais.

Me perdoo porque a única coisa possível
Perdoar o descabido.
Me perdoo porque já estava escrito.
Essa trama, o meu desconhecido.

Compassivamente me perdoo
Se me engano com o meu profundo.
E só assim recupero o riso
Trago para mim o que muito lhe digo,
Ouso desarmar o juízo
Esse inimigo mordaz.

Me perdoo na medida
Entre a compreensão e a torcida
De me trair de novo, mais não!

Me perdoo, porque sinto
Que mais amor comigo
Nunca é demais.


Setembro 2010.

Por Alba Querino.