A Hefestos Velloni, que amorosamente viu o pássaro de fogo...
Você que foi a porta da coragem que a Mulher encontrou para se despir, se revelar e se saber...
Hefestos que soube esperar que os mistérios dos segredos se mostrassem e entre risos e lágrimas, as confidências recíprocas fizeram conhecer o amor amigo que um homem pode dar. Amor amigo, amigo amante, espelho das verdades sutis e tão íntimas.
Hefestos, você é aquele homem em quem a beleza do sentimento fez morada. Um homem sábio na sua virilidade já domada. Já conhecida, e que a partilha com mais encanto ainda.
A Mulher pensou em fazer um poema dos dois, mas tudo que vinha, vinha em prosa, sem rima, sem verso. É que a poesia mostrou seu encanto não nas palavras, mas na respiração...Saber que Hefestos está aí para escutar os derramamentos de sentimentos faz um bem à Mulher Sagrada...Apenas permanecer presente e guardar os segredos, as inseguranças...Ensinou a marcar encontros com o Homem tão adorável, tão necessário, tão sedutor, tão desejado...Ensinou como toalhas molhadas, vídeo games, cerveja, amigos e futebol, são sorrisos; como o sexo do meio da noite sem preliminar quase nenhuma é cuidado; como a preguiça fenomenal de pegar a colher para mexer o suco, a teimosia do 'eu estou certo' e os rompantes de dureza que fazem parte da natureza masculina na sua potência, são pequenos diante da grandeza do olhar admirado, do peito amoroso, da confiança e da entrega. Como viver sem os abraços, sem a solução pronta e racional pros problemas mais simples e mais complexos? Sem o ronco, sem a surpresa no banho...sem a doçura das más intenções? Amigo amado Hefestos, o ouro que uma Mulher pode desejar...
Você esteve muito perto desse coração tão selvagem, dessa ternura e dessa meninice escondida. E a Mulher reverencia a sua chegada, porque se sentiu amada de um jeito muito manso e muito natural.
Você esteve perto, tão perto do centro dessa noite escura, esteve tão fundo nessas águas que nem movimento possuem...Esteve onde a Mulher primitiva anda nua e tece seu destino. Você, amigo Hefestos, amante do amanhecer, sem palavras e sem gestos, fez nascer a Mulher consciente mais bela, mais pura, mais real.
E ela te ama tanto, mas não com esse amor comum que todos conhecem, ela te ama com o amor da cumplicidade dos amantes mudos. E te leva consigo sempre e o seu maior presente, tê-la compreendido Mulher em seus olhos e em seu coração. Uma mulher mansa e fêmea. Mente e menina. Pura e ferida. Uma mulher-brisa, mulher-beleza, mulher de seios e de carências...uma Mulher.
Ela te ama tanto, amigo amado, que o barulhinho bom das águas do amor é só seu e é sagrado, viu? Ouça, a cantiga de ninar...
Ela te levará consigo sempre, como o seu poeta-namorado.
Hefestos, esse amor amigo.
Por Alba Querino.
Por Alba Querino.