terça-feira, 20 de julho de 2010

Feminizar o mundo é possível ou Um convite á reflexão. Por Mariana Chetto

“Se quero, ela não será mais de ninguém. Bato, estupro, mato. Se não quero, me livro dela. Bato, estupro, mato. Se ela se veste assim, assado; se ela sai com muitos homens, bato, estupro, mato.” “Bato, estupro e mato”.
Estas palavras ficaram ecoando na minha cabeça... Texto forte, incômodo até. Mas, absolutamente VERDADEIRO.

Meu Deus, que triste constatação ter a dimensão de que podemos sim ter responsabilidade em atos brutais, hediondos. Aparentemente não tem relação alguma conosco, é verdade, mas se formos bem fundo em suas razões, no centro da questão, enxergaremos nossa participação, ainda que indireta e inconsciente.

O texto de Alba é um soco. Mas é um alerta. Mais que um alerta, é um chamado á reflexão. Quando, em que momento, em que atitude, de alguma forma reforço comportamentos que acabam por colocar as mulheres nessa condição de inferioridade, de pouco ou nenhum valor? Como um ser “de quem se pode dispor, usar, abusar, matar”?

Não, não é exagero, infelizmente. E a prova aí está: a sucessão de casos de violência contra a mulher não deixa margem para dúvida.

O que mais posso dizer, senão concordar em gênero, número e grau com minha amiga e aceitar seu convite para esta importante reflexão. Sim, gente, no final, aceitar o convite a esta reflexão é tudo que ela nos pede.

Sei que no princípio, pode parecer estranho: esta criatura acha que eu tenho alguma coisa a ver com esta brutalidade toda ou com este pensamento de que a mulher é menor!? Não concordo com isso. Não penso assim! Ok, ótimo. Com certeza isto é verdade... Mas experimentemos nos desarmar e repensar comportamentos do nosso dia a dia... Será que, em alguns deles, ainda que sem intenção, não acabamos por reforçar a realidade que aí está? Será?