quinta-feira, 6 de maio de 2010

Gritem, opinem, coloquem lenha na fogueira!!!


O blog Mulheres TPM foi criado para curtir, trocar idéias, opinar, criticar, desenvolver assuntos, soltar o verbo. Não só entre as cinco TMP's, mas com todas vocês que passam por aqui! Por isso, comentem aqui no blog, sigam nosso Twitter (www.twitter.com/mulherestpm), vamos falar. Afinal, nós mulheres adoramos papos inteligentes...então, conversem conosco!!! Estamos esperando por vocês!

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Como não aceitar migalhas? por Bianca Chetto

Hum. Como não aceitar migalhas? Mais uma vez eu me pego pensando nas horas escuras da minha vida, nos momentos de maior vergonha, naquelas sensações que ainda trabalho para aceitar... Me pego pensando nas migalhas que aceitei, por Deus, as migalhas que eu quis aceitar e só nesse pensar, já sinto o peso de não conseguir me perdoar por completo por todas as migalhas que, não só aceitei, mas catei e desejei. (Suspiros)

Perceba que entendo por ‘migalha’ aquele afago sem carinho, aquele beijo sem amor, aquele sorriso sem sentimento, mas que ainda assim você insiste em querer, em aceitar. Primeiro por não perceber a falta emoção em cada gesto; depois por perceber, mas por ter a esperança de que vai ser diferente; e então por acreditar que é aquilo mesmo que merece. Finalmente, você aceita porque acredita que vale mais a pena catar farelos ao lado de quem ‘se ama’ do que comer croissant sozinho. É o que eu chamo - sem qualquer fundamento técnico ou teórico - de complexo orgulhoso-obsessivo de inferioridade.

‘Orgulhoso’ porque os que sofrem desse mal são incapazes de admitir que aquela pessoa simplesmente, realmente, não está interessada em você. “Obsessivo” porque quanto mais você se convence de que o outro precisa gostar de você, mais você precisa que o outro goste de você e na minha enciclopédia toda relação de dependência é levemente (se não completamente) obsessiva. E finalmente, não há como estar obcecado sem estar se sentindo inferior. (Espero que não esteja me distanciando muito da historinha da águia...) Isso resulta - entre outras coisas - na aceitação de migalhas, pois leva o indivíduo a crer que qualquer coisa que venha do outro é valiosa. Quando penso nisso sempre me vem à cabeça a imagem de um cachorro pidão... (Preciso explicar que essa imagem é negativa?)

Então, sendo o mais direta possível (pois o tempo é curto e eu tenho prova no sábado, ¬¬') : NÃO, jamais, em hipótese alguma, aceite migalhas. É o que eu desejo pra você. Mas é aí que eu volto à pergunta de abertura: “Como não aceitar migalhas?” Siim, porque ninguém aceita migalhas simplesmente porque está afim de migalhas, certo? ERRADO. Você aceita migalhas porque você quer migalhas. Como não aceitar migalhas? Não querendo migalhas. :D Parece simples, e é simples, mas isso não significa que seja fácil. Não querer migalhas é extremamente difícil.

Não querer migalhas é saber seus limites, é reconhecer o que é uma migalha pra você. Acima de todas as coisas, não querer migalhas é se amar. Mas se amar de verdade, seus medos, suas dúvidas, sua mente, seus defeitos, suas estrias e celulites, seu corpo. Aí sim, se amando por inteiro – do dedo do pé ao último fio de cabelo – é que se tem a certeza de que ninguém pode te amar mais do que você se ama e que por isso ninguém merece seu amor mais do que você mesmo. Narcisismo? Não, não é isso. Só penso que tem uma diferença sutil entre amar alguém mais do que a si mesmo e amar alguém tanto quanto a si mesmo.

Peace.

Águia ou beija-flor? By Adriana Favilla



“Os beija-flores são aves de pequeno porte, que medem em média 6 a 12 cm de e pesam 2 a 6 gramas. O bico é normalmente longo, mas o formato preciso varia bastante com a espécie e está adaptado ao formato da flor que constitui a base da alimentação de cada tipo de beija-flor

O esqueleto e constituição muscular dos beija-flores estão adaptados de forma a permitir um vôo rápido e extremamente ágil. São as únicas aves capazes de voar em marcha-ré e de permanecer imóveis no ar. O batimento das asas é muito rápido e as espécies menores podem bater as asas 70 a 80 vezes por segundo.” (Wikipédia)

Uma explicação rápida sobre um outro pássaro para me deixar em dúvida: águia ou beija-flor (acho que dava outro post isso, mas vou mantê-lo como resposta ao de Cau)? A águia de Carla é o caminho, isso com certeza. Não dá para aceitarmos essas tais migalhas da vida. Sempre ouço que a vida é pra ser vivida prazerosamente e não com tantos barrancos, caídas e afins. Mas concordo com uma frase de Cau “Penso que dependendo da queda, lá parece o melhor lugar para estarmos” . Costumo pensar e regrar minha vida, a aprender completamente com cada queda. Sempre tem alguma coisa para tirarmos como lição. Não tem outro objetivo para a queda. Porque no momento que você começa a levantar, tudo muda, tudo fica mais ou menos azul...ok...lilás...mas caminhando pro azul (que escala de cores mais estranha a minha, mas sei que vocês entenderam)

Voltando ao beija-flor...como seria se parássemos e observássemos mais? Ele pára no ar por alguns segundos. Não seria o caso de observarmos mais para que não caiamos tanto? Para que não soframos tanto, por vezes, desenfreadamente? As vezes as angustias, os sofrimentos são tão perenes...tão constantes. Como nos livrarmos deles? Sou uma pessoa absurdamente observadora. E graças a esta minha observação, consigo (disse as vezes) pular certos buracos. Só que a vida ensina...e é só com ela que você aprende. Não ache que qualquer amigo seu vai fazer isso. Conselho só é bom para os outros. Para nós, não tem tanta valia. Então, a palavra de ordem é exatamente esta que Cau levantou: não aceite migalhas. Mas eu com meu simples e frágil beija-flor completaria essa frase: Não aceite migalhas...e aprenda a observar o mundo e o seu interior...assim, você não precisará pular tantos buracos assim pelo caminho.


Adriana Favilla


Jogue as migalhas no abismo e voe o seu vôo mais belo ou Não aceite migalhas na vida por Alba Querino


Um post incômodo merece um título impactante. Foi assim que li o post de Carlinha dessa semana no coração das TPMs. Um impacto.

Depois da sessão das ciumentas avassaladoras e das mulheres loveable, essa continuidade visceral, abismal e muito, muito presente no mundo das TPMs de todos os lugares do mundo...Migalhas...já falei pras meninas lá nos bastidores desse blog (que vocês ainda vão ter a delícia de conhecer o nosso mundo por trás da tela; a tal da vida alheia, nesse caso a vida das TPMs que vos falam, escrevem, sentem choram, grunhem – sim, elas grunhem também – riem, e fundamentalmente, amam), e agora confesso a vocês, eu matuto os posts. Eles ficam rodopiando em algum lugar dentro de mim, rodopiam, incomodam, dançam até sair...Nesse momento as migalhas estão ainda como borboletas no estômago, e é por isso que estou enrolando nesse texto...mas não escreverei em migalhas. Claro que não!

Pois bem...o que são migalhas? O que é receber em migalhas?
A dança das borboletas recomeça...Matuto, matuto...

Olha, eu não sei muito a respeito das migalhas porque descobri que não aceito migalhas. Ponto. Seguimento. E é exatamente porque não aceito migalhas que me chamam de Sra. Intensa. Ou tia Alba alegre, como uma vez Bia TPM daqui, me chamou do alto de seus três aninhos. Ou General, uma vez; ou A que sabe dizer não, para Vanessinha. Ou útero por Claudinha, regida pelo princípio do prazer...Entre tantos outros codinomes que eu lhes pareça ser. Vejam bem: lhes pareça ser, não necessariamente que eu seja.

Dar e receber precisa de verdade e vontade. Desejo. Isso no universo Upchariano ou Albanense significa intensidade. Movimento em direção a. Paixão, entusiasmo, transparência.
Nesse contexto está tudo incluído, amor, trabalho, sexo, família, filhos, divertimento, espiritualidade, pensamento, sentimento. É difícil ser em tons pastéis. E migalhas me lembram um bocadinho, essa corzinha, esse amorzinho, aquele prazerzinho, essa comidinha...Tudo muito mediano...

Concordo Carla, não levem para casa migalhas. O finalzinho. O meio copo vazio. Leve tudo. Dê tudo. Beba tudo até a última gota. Isso não significa ausência de leveza, de doçura, de beleza. Hum-hum. Tudo pode ser belo, doce e suave na inteireza que a gente vivencia. Tudo pode ser levemente sugerido, doado. Poder bem águia...

Por outro lado, me vem bem claramente que a dosagem é muito individual, logo o que é migalha para mim pode ser completamente over para você. E aí? Aí, tudo bem. Não tem problema algum. Até porque quantificar a migalha seria um erro fatal. Onde, na seara do humano, se pode quantificar alguma coisa? Tornar em números o ser?

Qualificar é a chave da migalha. Tornar-se o motor da sua própria vida. Eu quero isso? Você gosta assim? Isso me expande, me alimenta, te nutre? Sendo honestos consigo mesmos chegamos claramente (nem sempre sem dor) a saber visceralmente se estamos aceitando as tais migalhas. E como já ia saltando lá em cima em palavras, as migalhas estão intimamente relacionadas à equação dar e receber. Se eu ando recebendo muitas migalhinhas, vejo se não ando dando bem pouquinho...A relação é diretamente proporcional. Não é só o outro que me oferece pouco. Eu também me dou pouco. Ou dou pouco ao outro. Está tudo interligado.

Pois então, se quer amar, ame. Se quer dançar, dance. Se sentir, sinta. Se beijar, beije. Se escrever, escreva! No momento, no instante, sem pensar muito, sem fugir do efeito que é se posicionar diante de si e da vida. O resto são migalhas, migalhas de pão na praça para os pássaros, para os peixinhos da lagoa, para achar o caminho de volta. Migalhas também nos ajudam a aprender a dar e receber.