quinta-feira, 10 de junho de 2010

O começo do fim ou Parada gay procede? Por Mariana Chetto


Acho que ainda não chegou o tempo em que levantar esta bandeira não seja mais necessário. Mas entendo e concordo com Drix quando diz que muitas vezes estas bandeiras acabam por acenar com o efeito contrário, ou seja, a vítima do preconceito acaba por se afirmar como "diferente".

Creio, porém, que isso faça parte da evolução natural de todas as mudanças sociais que aconteceram e acontecem na história da humanidade. É sempre assim na busca por se fazer aceitar algo novo. Sempre se exagera e a balança pende para o outro extremo. Mas isto é apenas uma forma da balança acomodar-se até atingir o equilíbrio.

Assim como Alba também nunca participei de uma parada gay e por isso não me sinto capaz de dizer se é válida ou não. O que percebo e penso é que se a parada gay ainda existe é porque muitos ainda precisam se utilizar dela para se posicionar no mundo. Se identificar.

Drix está é antecipando uma tendência. Uma vez que é só uma questão de tempo para que já não haja mais necessidade de levantar esta bandeira, de identificar-se ou rotular-se como isso ou aquilo. E digo mais: este tempo está muito próximo. Ou melhor, para a nova geração, para jovens entre 15 e 20 anos este tempo já chegou:

"...são o retrato de uma geração para a qual não faz mais sentido enfurnar-se em boates GLS (sigla para gays, lésbicas e simpatizantes) - muito menos juntar-se a organizações de defesa de uma causa que, na realidade, não veem mais como sua. Na última parada gay de São Paulo, a maior do mundo, a esmagadora maioria dos participantes até 18 anos diz estar ali apenas para "se divertir e paquerar" (na faixa dos 30 o objetivo número 1 é "militar"). A questão central é que eles simplesmente deixaram de se entender como um grupo. São, sim, gays, mas essa é apenas uma de suas inúmeras singularidades - e não aquela que os define no mundo, como antes. Explica o sociólogo Carlos Martins: "Os jovens nunca se viram às voltas com tantas identidades. Para eles, ficar reafirmando o rótulo gay não só perdeu a razão de ser como soa antiquado".

O trecho acima foi retirado da Revista Veja, Edição de 12/05/2010

É isso. É só uma questão de tempo...

4 comentários:

Karina Sensales disse...

Olá Mariana!
Sou nova aqui no espaço de vocês. Cheguei através de Carla e fui ficando porque adorei a proposta do blog e os textos escritos. Eu concordo com vc que isso é uma questão de tempo e que a geração atual já se conforma de forma diferente. Outro dia, estava vendo um excelente seriado americano: The United States os Tara. O adolescente da família se sente atraído por meninos, mas recusou a campanha na escola pela "classe", fazendo justamente o discurso que vc colocou. É muit nayural entre os jovens de ahoje. Não existe mais segredos ou mentiras. É, na minha opinião, uma descoberta da sexualidade. Parabéns pelo texto!
Beijos
Karina

Mariana Chetto disse...

Olá Karina!

Seja mais que bem vinda ao nosso espaço que é seu também, viu? Pode comentar bastante. A gente ama e agradece.
Quem bom que gostou do texto!
Um forte abraço e volte sempre.

Alba Querino disse...

Yesss, amadinha!! Amei o texto Mari, simples, claro e objetivo. Ainda bem que esse tempo tá chegando, né?!

Bia disse...

humm.. "Para eles, ficar reafirmando o rótulo gay não só perdeu a razão de ser como soa antiquado".
Uma afirmação pra se pensar... Vo ver se enxergo dessa forma.

beeeijo ! :D