sexta-feira, 16 de julho de 2010

Culpas...tsc tsc tsc - Por Carla Palmeira

Foto: Google imagens


Culpas?Sim! Tenho várias!
Lógico que hoje as culpas estão menos dramáticas, aprendi amenizá-la.
Fui criada com culpas..."Você vai deixar isso tudo no almoço, sabia que você está matando 10 criancinhas de fome na Etiópia?", dizia minha mãe quando eu não "limpava" o prato. Me sentia uma serial killer diariamente. Fui crescendo e as vítimas deixaram de ser as criancinhas da Etiópia para ser o que eu via no espelho, era como se eu fosse um peso na vida dos outros, como se eu incomodasse, comecei a passar despercebida para que essa culpa calasse dentro de mim, ceder aos caprichos dos outros escondia o sentimento de não ser culpado por negar algo a alguém. Passada a famosa fase "aborrecente" veio a transição infernal de crescer, escolhi um presente maravilhoso aos 18 anos, uma terapia de sete dias na clausura para se auto conhecer e assim lidar com essas culpas. Aí vocês perguntam: Resolveu? Sim! Muito! Porém em menos de um ano, assim como as drogas, tive uma crise, desencadeada pela perda de meu irmão eu deixei de ter as culpas e passei a culpar, culpei meu pai por não ter dado atenção suficiente, culpei minha mãe por super protegê-lo, me culpei por não ter dado a devida atenção a sua doença e culpei Deus, sim! Não era justo levar uma pessoa no auge dos seus 25 anos, com uma inteligência incomum a quem eu tinha depositado todos os meus sonhos e planos. Passados tantos turbilhões recheados de culpas, a experiência e vivência faz com que, hoje, eu consiga conviver com ela, as culpas estão lá, sempre! Principalmente quando se está de TPM, porém o martírio de tê-las duram um pouco menos que uma boa noite de sono.


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