segunda-feira, 19 de julho de 2010

A tal culpa... por Mariana Chetto. Novamente?! Sim, novamente!!


Perdoe-me, leitor, mas vou quebrar todas as regras deste blog e fazer um post extra sobre o tema que eu mesmo provoquei. Ridículo, né? Mas é que depois que li os textos das outras TPM’s e os comentários de alguns leitores, achei que, talvez, eu não tenha sido clara o suficiente. A verdade é que senti uma necessidade incontrolável de acrescentar algumas palavrinhas sobre o tema; principalmente depois de ler o trecho abaixo no texto de Bia:

"...não fazer nada para que as criancinhas que morrem de fome na áfrica parem de morrer de fome. Não acredito que seja correto viver a vida inteira sem contribuição alguma. E por acreditar nisso, quando não contribuo, me sinto culpada sim."
É exatamente desta culpa que eu estava falando. De me sentir culpada por acreditar que eu deveria estar fazendo alguma coisa para mudar o mundo e não estou. É aí que está o X desta questão para mim. O problema é que sempre achava que deveria me dedicar um dia por semana a um orfanato ou passar uma tarde num hospital carente e coisas deste tipo. Afinal o que é um dia ou uma tarde por semana? Tanta gente faz isso, ué? Mas a verdade é que nunca consegui fazer e fiquei neste dilema de fundir a cuca por anos a fio. Até que percebi o seguinte o fato é que o que parece fácil, simples para algumas pessoas é MUITO para mim... e eu não queria admitir que não sou tão boa quanto outras tantas pessoas, tão desapegada... Definitivamente eu não podia admitir isso...

Bom, quando finalmente reconheci que ainda sou assim uma pessoa bem "ruinzinha”. Comecei a fazer coisas que para alguns podem ser bobas, mas para mim são um grande esforço - mas são possíveis. Tenho tentando, e graças a Deus, muitas vezes conseguido pensar no outro que está ali do meu lado, no meu dia a dia. Meus familiares, meus amigos, meus colegas de trabalho, o guardador de carros, o menino da sinaleira etc. Venho me esforçando para tratá-los sempre com respeito, com compaixão, me colocar no lugar deles... Prestar atenção em suas necessidades de apoio, de compreensão, de diálogo etc. Me esforço para não odiar as pessoas no trânsito, para não perder tanto a paciência com minha filha, com meu marido... Me esforço para nunca negar a ajuda a quem me pede... Como disse sei que isto pode parecer bem pouco, mas para mim, e Deus sabe que não é fácil admitir isso, ainda é tudo que consigo tentar fazer... E assim, enfim, parei de me sentir culpada por não estar fazendo nada para impedir que criancinhas morram de fome nem aqui, nem lá na África. E peço a Deus, todos os dias, para abençoar estas pessoas generosas que realmente fazem alguma coisa para mudar isso...

De minha parte sinto que, a cada dia, estas tarefas que me propus a fazer se tornam um pouco mais fáceis e tenho certeza que uma dia não exigirão de mim esforço algum. Serão naturais. E aí, quem sabe, eu esteja pronta para tentar algo realmente maior... Tomara!

Um comentário:

Alba Querino disse...

Mari, vocë é boa como já é. Alguns fazemumas coisas,outros fazem outra coisa. Eu conheço voce e sei que é boa como já é. Beijo enorme.