sexta-feira, 1 de abril de 2011

Desistências por Bianca Chetto

Entendo a desistência que você fala como uma espécie de desapego. E sinceramente, acho que desistir, nesse sentido, é por muitas vezes a chave para se manter saudável. Acho bem mais difícil do que continuar tentando, desistir. Acho incrivelmente difícil principalmente por que “todo mundo” nos ensina que é errado desistir. E assim a desistência fica automaticamente, inconscientemente, relacionada à falta de coragem, a falta de vontade, “a falta de”.

É por isso que eu acho que a gente devia mandar “todo mundo” a merda com mais freqüência. Tanta coisa seria mais fácil se a gente pudesse mandar as pessoas a merda sem que elas se ofendessem, rs. Ok, esse é outro tema. Tanta coisa seria mais fácil se a gente tivesse a coragem de desistir com mais freqüência. As vezes tenho a impressão de que estou sempre insistindo em erros viciantes: hábitos que nos trazem pequenos prazeres, ou grande prazer por pouco tempo. E dessa forma, sempre desistindo das coisas que poderiam me trazer felicidade, se ao menos eu parasse de insistir nesses outros hábitos. Rs, talvez isso tenha ficado mais confuso do que deveria...
 
A verdade é que saber desistir é complicado. É muito difícil definir o que deixar de lado e quando. Principalmente o quando. É nessa parte que eu sempre me assusto. E se eu estiver desistindo cedo de mais? E se ainda tiver jeito? E se eu ainda puder concertar? E se ainda for possível ser feliz assim? E se eu ainda puder agüentar um pouco mais?

E, com a mesma intensidade, o meu outro eu não demora a indagar: Até quando? Até quando você vai esperar? Tentar até quando? Qual é o limite? Por quanto tempo se insiste em um caminho até se dar conta de que se escolheu o caminho errado? Existe um caminho certo? Rs. E então, se minha mente estiver clara, dou risada no final. Um riso íntimo, de mim pra mim. E é nessas horas, acredite não são muitas, que me sinto um pouquinho mais tranqüila.

Pois é nessas horas que percebo que não tem muito jeito a dar. Que vou estar sempre fazendo as mesmas perguntas. E que as respostas vão mudar todos os dias. E assim, aceito, mais uma vez, essas coisas que eu simplesmente não posso mudar. Desistir? Ah, eu bem queria. Mas como eu queria também continuar tentando. Rsrsrs Como não rir dessa minha situação?

Fico assim tentando desistir. E ao mesmo tempo não desistindo. Ou melhor, desisti sim. De escolher se eu quero ou não continuar tentando. (vcs estão entendendo alguma coisa, por que eu já nem sei mais... ) Vou indo. Indo. “Deixando acontecer”. Juntando minhas forças, me protegendo, me preparando... por que no fundo eu sei que o limite existe sim. And whether I shall cross this line or walk back from it, I know I must be sane and strong to push the sky or bend at its peak.


Ps.: Sorry Drix, sei que não te ajudei nadinha. rs

2 comentários:

Drix disse...

"Vou indo. Indo. “Deixando acontecer”. Juntando minhas forças, me protegendo, me preparando... por que no fundo eu sei que o limite existe sim. " Pra mim Biancóvisky, é isso aí! Você disse tudo! Massa demais seu texto pequena... =)

Alba Querino disse...

Ai, ai...rsrs
O céu é o limite, né Bia? e o que nos acolhe nessa grande decisão de se libertar de ter que decidir!!
Sua ente clara e o sorriso de paz interior. Minha pequena Buda!
Beijoooo