segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ser ou não ser...by Adriana Favilla

Engraçado que este papo rolou em minha vida desde sexta. Essa coisa de ser ou não mãe. Não que eu ache que tenha mais essa idéia. Não crio mais ilusões quanto a isto. Com 39 anos, perto de 40, não acho que vá conseguir. Mas é legal deixar claro que “foi” um sonho dourado na minha vida. Daqueles que você pensa, imagina, pinta e desenha. AMO crianças! E minha maior vontade na vida, sempre foi gerá-la. Nada contra adoções(quem sabe um dia eu parta para isto?), mas a vontade de sentir aquela coisa fofa com aquelas mãos todas e aqueles pés todos mais fofos do mundo, sempre foi INDESCRITÍVEL. Só que a maturidade e a realidade, em alguns momentos, tem que falar mais alto...

Falei muito sobre maternidade por causa de “Viver a Vida”. Achei tão emocionante aquela coisa de uma paraplégica acreditar que podia ter filhos e ainda ter gêmeos!!! Me emocionei...sim sou uma noveleira meio descrente da ficção, mas ainda carrego algo do gênero dentro de mim, rs. Sempre foi uma preocupação tão grande para a personagem dar filhos ao homem que amava, se ela poderia gerar sem grilos, etc. E tenho que ressaltar que todo nascimento de novela da Globo é tão bem feito, que me comove sim! Queria eu estar ali (sentido dor nada...prefiro cesariana...não queiram me convencer com a frase “ Ah, mas se você tiver parto normal, sai do hospital no dia seguinte”...e quem disse que tenho pressa de voltar para casa?). Ontem falava sobre isso com meu “par”, rs...filhos. Que é uma responsabilidade enorme, imensa, como Quindim bem falou em seu texto principal aí. Com quase 40, posso falar que já vivi tudo que imagino que teria que viver ou passar. Poderia de bom grado viver a maternidade com total plenitude. Já que sempre quis tanto. Sempre imaginei uma casa, com jardim e três cachorros correndo, jornal dia de domingo...pois é, não comentei que era noveleira demais? Olha os Silvios de Abreu da vida me transportando para dentro do imaginário?

Criança sempre será para mim uma benção. O que não quer dizer que eu culpe quem decidiu que não terá filhos! Jamais! Para quê tê-los e deixá-los de lado (sentimentalmente falando) em algum momento de sua vida? Não tem registro de normalidade isso. Acho que levantar o fato de que muitas mulheres nem passam perto deste sonho, é mega válido. Discordo de uniões que tenham que ser como “antigamente”. Nada é igual a nada. As coisas evoluem, desenvolvem, crescem, transcendem. Se no tempo da minha avó era assim, por que razão eu tenho que seguir isso ou aquilo? Não vejo tradição como uma coisa impositiva...e sim como uma linha que você gosta e por isso segue. Caso contrário, crie a sua tradição contemporânea! Não ser mãe hoje em dia não quer dizer falta de amor, quer dizer uma decisão de amor com o seu ex-futuro filho. Porque em algum momento, a palavra mãe não ia te tocar tanto, então, parabéns pela decisão de poupar desgostos a algumas pessoas envolvidas no processo.

E quem quer ser mãe, planeje, pense, pondere. Sempre que quis ter um carro, as pessoas falavam: “ Dri, é uma família..pense bem”. Imagine ser mãe? Seja com afeto, carinho e entrega. Pense que muitos, como eu, queriam MUITO ter essa dádiva de ter filhos e não podem. Realize seu sonho com responsabilidade. É o que vale nesse momento de decidir...

Drix


Um comentário:

Mariana Chetto disse...

Amei esta frase: "Não ser mãe hoje em dia não quer dizer falta de amor, quer dizer uma decisão de amor com o seu ex-futuro filho"

Lindo texto!

Bjs.
Mari