sábado, 26 de março de 2011

O copo - Por Carla Palmeira

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Copos de vidro.
De cores variadas e de fragilidades impressas, cada um ao seu modo, cada um com durabilidades instáveis, uns refletindo a bela luz do dia e outros na opacidade de um tempo ruim.

Não tive apenas um copo quebrado, mas a prateleira toda, tentei aproveitar os poucos que quebraram, alguns tinham arranhões, outros um pedacinho daqueles que machucam a boca quando bebemos água, e os que sobraram, bem, os que sobraram ao chão eu enrolei no jornal e joguei fora.

Ser transparente em relacionamentos novos após ter tantas quebras fica difícil. Confesso, que os olhos não escondem, mas também não revelam, apenas deixa o mistério de algo.

Não sou de quebrar copos alheios, mas tenho um grave defeito, deixo que quebrem os meus. Durante um tempo relativamente longo, polia aquele copo especial, translúcido. Fazia um arco de cores diversas todas às vezes que ele chegava, a primeira vez que ele esbarrou no copo eu havia acabado de polir e pela primeira vez havia trocado de posição para admirá-lo, não partiu tanto, teria que ter apenas cuidado ao beber. Quando aconteceu a segunda vez, a situação começava a mudar, analisava mais o que eu poderia fazer, na terceira e ultima vez, o copo não resistiu e os pedaços minúsculos brilhavam no chão como poeira de purpurina, já era!

Tenho que concordar com nossa mascote, permitimos por diversas vezes que derrubem nossos copos ou até mesmo criamos caminho para que isso aconteça e inconscientemente fazemos a mesma coisa com o outro, deixamos a janela aberta em dia de ventania, esbarramos na mesa da sala e quebramos aquele copo que acabara de beber água e aí não tem volta. Colar? Só se for para olhar o copo e lembrar o que aconteceu, então, melhor deixar como está e não tentar remediar ou assumir a quebra e as suas consequências.

P.s: Se eu pudesse, trocava os de vidros por alumínio...

2 comentários:

Catão, F. disse...

Oh espelho!
Alumínio amassa. Apesar de não se destruir facilmente ele deixa exposto todos os tombos que já levou, acho que essa exposição não é saudável.
O copo amassado de alumínio, a gente sempre vai empurrando com a barriga até comprar outro!
Não vale a pena!
Então prefiro manter-me quebrando copos de vidro/cristal, seja lá o que for. Pelo menos sei qual o destino deles depois de quebrar! ;)

Um beijo. Adorei o texto!

Mariana Chetto disse...

É Cau,

Talvez fosse mais fácil se fosse de alúminio, mas sejamos sinceros, não seria tão lindo e cheio de possibilidades,né?